História da Polícia Militar de Sergipe

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BRMILITAR
26/08/2024
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História da Polícia Militar de Sergipe - PMSE
História da Polícia Militar do Sergipe

A história da Polícia Militar de Sergipe remonta a um período de profundas transformações sociais e políticas no Brasil.

Desde os seus primeiros passos, no século XIX, até os dias atuais, a instituição desempenhou um papel fundamental na manutenção da ordem pública e na proteção dos cidadãos sergipanos.

Ao longo de mais de um século de existência, a Polícia Militar de Sergipe passou por diversas fases, enfrentando desafios que moldaram sua identidade e estrutura.

Este artigo pretende explorar os principais marcos históricos dessa valorosa corporação, destacando sua evolução e contribuição para a segurança do Estado de Sergipe.

História da Polícia Militar de Sergipe

A história da Polícia Militar de Sergipe se confunde com as origens das forças de segurança pública no Brasil.

No início do século XIX, em meio a um período de consolidação do Império e de organização das províncias brasileiras, as forças armadas desempenhavam um papel essencial na manutenção da ordem pública, especialmente em regiões onde ainda não havia órgãos especializados no policiamento.

Em Sergipe, essa necessidade deu origem a uma das instituições mais tradicionais do Estado: a Polícia Militar de Sergipe (PMSE).

Origem e Formação da Força Policial (1835)

A história da Polícia Militar de Sergipe começa oficialmente em 28 de fevereiro de 1835, com a criação da Força Policial da Província.

Antes disso, existia a Guarda Municipal Permanente da Província, que foi extinta em 1834. A Força Policial foi criada para substituir a Guarda Municipal e se tornaria o embrião da atual Polícia Militar do Estado de Sergipe.

O documento de criação da Força Policial fixava o efetivo inicial em 201 integrantes, entre oficiais e praças.

Entre esses homens, oito soldados montados se destacavam, constituindo o núcleo do que viria a ser o Esquadrão de Polícia Montada (EPMont), uma unidade que teria grande importância no policiamento da vasta área rural do Estado.

Expansão e Estruturação Inicial (1858-1916)

Com o passar dos anos, a Força Policial de Sergipe foi se expandindo e se estruturando. Em 1858, foi criado o Estado-Maior da Força Policial, que permitiu uma melhor organização e distribuição das tropas por todo o território de Sergipe.

Nessa época, a força já era fundamental para a segurança nas principais cidades e vilas do Estado.

Um marco importante ocorreu em 1914, com a criação do Pelotão de Artífices, destinado especialmente a serviços de construção, reconstrução e conservação das obras sob responsabilidade da administração estadual.

Este pelotão era composto por cidadãos com habilidades em diversos ofícios, como maquinista, eletricista, carpinteiro e pedreiro.

Além de suas funções técnicas, os membros do Pelotão de Artífices também estavam prontos para atuar no policiamento, quando necessário.

Em 1915, o Pelotão de Artífices foi incorporado ao efetivo da 3ª Companhia do Corpo Policial, e no ano seguinte, em 1916, foi criada a 4ª Companhia da Força Pública, destinada ao serviço de fiscalização e arrecadação de impostos.

Esta companhia atuava principalmente nas zonas limítrofes do Estado, uma missão que hoje é desempenhada pela Companhia Fazendária, pertencente ao Batalhão de Guardas da Polícia Militar de Sergipe.

Transformações no Século XX (1920-1936)

O início do século XX foi marcado por grandes transformações na estrutura da Polícia Militar de Sergipe.

Em 1920, a Força Pública passou a contar com um Batalhão Policial e uma Seção de Bombeiros, conforme estabelecido pela Lei nº 791, de 1º de outubro de 1920.

Na década seguinte, a comunicação ganhou destaque, especialmente devido ao combate ao banditismo no interior do Estado.

Em 1930, foi criada a Seção de Transmissões, responsável por importantes avanços na área de radiotelegrafia.

Outro marco significativo foi a criação do Batalhão de Infantaria do Interior em 1936. Este batalhão foi uma resposta à necessidade crescente de segurança em áreas rurais e no interior do Estado, onde o banditismo e o cangaço representavam ameaças constantes.

A Participação da PMSE em Conflitos Nacionais e Internacionais

Ao longo de sua história, a Polícia Militar de Sergipe participou de importantes conflitos nacionais e internacionais, demonstrando seu compromisso com a defesa da pátria e a manutenção da ordem.

Guerra do Paraguai (1865-1870)

Durante a Guerra do Paraguai, a Força Pública de Sergipe foi mobilizada para participar do conflito, integrando o 19º Corpo de Voluntários da Pátria.

Os policiais sergipanos participaram de batalhas decisivas, como as de Tuiuti, Punta Naro, Isla Carapa e Humaitá. A participação da Força Policial de Sergipe neste conflito destacou a importância da corporação na defesa nacional.

Campanha de Canudos (1897)

No final do século XIX, a Polícia Militar de Sergipe também participou da Campanha de Canudos, integrando um contingente do 26º Batalhão de Infantaria do Exército.

Este conflito interno foi uma das maiores rebeliões da história do Brasil, e a participação da PMSE foi crucial para a repressão do movimento liderado por Antônio Conselheiro.

Revolução Constitucionalista de 1932

Na Revolução Constitucionalista de 1932, que buscava a deposição do governo de Getúlio Vargas, a PMSE enviou 592 policiais militares para o teatro de operações em São Paulo.

A participação da corporação foi marcada pelo sacrifício de seus membros, como os sargentos José Alves Feitosa e Pedro José dos Santos, mortos em combate e promovidos postumamente ao posto de 2º Tenente.

Combate ao Cangaço (1925-1938)

Um dos maiores desafios enfrentados pela Polícia Militar de Sergipe foi o combate ao cangaço, um movimento de banditismo que aterrorizou o Nordeste brasileiro nas décadas de 1920 e 1930.

Grupos organizados de cangaceiros, liderados por figuras como Lampião, assolavam as áreas rurais, impondo o terror à população.

A PMSE desempenhou um papel fundamental na luta contra o cangaço, culminando na morte de Lampião em 1938, em uma operação conjunta com a Polícia Militar de Alagoas.

Segunda Guerra Mundial (1940-1945)

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Polícia Militar de Sergipe realizou patrulhamentos na orla marítima do Estado, mantendo-se em alerta devido à presença de submarinos alemães que atacavam navios mercantes brasileiros.

Embora a participação da PMSE nesse conflito tenha sido mais restrita, sua contribuição para a segurança do litoral sergipano foi essencial.

Operações de Paz da ONU (1994 e 2003)

A Polícia Militar de Sergipe também se destacou em operações de paz internacionais. Em 1994, a corporação enviou três oficiais para Moçambique, onde participaram das operações de paz promovidas pela ONU.

Em 2003, um oficial da PMSE integrou a equipe de paz das Nações Unidas no Timor Leste, demonstrando o compromisso da corporação com a manutenção da paz em escala global.

A Inclusão Feminina na PMSE

Um dos marcos mais importantes na história recente da Polícia Militar de Sergipe foi a inclusão das mulheres em suas fileiras.

Em 20 de fevereiro de 1989, as primeiras mulheres foram admitidas na corporação, tanto por meio do concurso para o Curso de Formação de Oficiais (CFO) quanto do Curso de Formação de Sargentos (CFS).

As pioneiras, como Rita de Cássia Silvestre e Fátima Cristina Fontes, seguiram carreiras de sucesso, chegando ao posto de coronel, o mais alto na hierarquia da Polícia Militar.

Em 1995, foi criada a Companhia de Polícia Feminina, que, apesar de desativada em 1998, representou um passo significativo na valorização da presença feminina na corporação.

Atualmente, o efetivo feminino está distribuído por diversas unidades da PMSE, desempenhando um papel crucial na segurança pública do Estado.

O Legado da Polícia Militar de Sergipe

Ao longo de quase dois séculos de existência, a Polícia Militar de Sergipe construiu um legado de serviço e dedicação ao povo sergipano.

A corporação evoluiu de uma pequena força provincial para uma instituição moderna e estruturada, capaz de enfrentar os desafios de segurança pública de um Estado em constante transformação.

Seja no combate ao banditismo, na defesa da pátria em conflitos internacionais ou na manutenção da ordem pública nas cidades e vilas de Sergipe, a Polícia Militar desempenhou e continua a desempenhar um papel essencial na história do Estado.

Seu compromisso com a legalidade, a justiça e a paz social permanece inabalável, tornando a PMSE uma das instituições mais respeitadas e admiradas por todos os sergipanos.

Letra do Hino da Polícia Militar de Sergipe

Unidos ombro a ombro
Fronte erguida com sorriso altaneiro
Marchemos para o progresso
Nosso escudo é o pendão brasileiro

Altivo com braços fortes
Combatendo sempre o mal
Somos bravos soldados de Sergipe
Paz e justiça, é o nosso ideal

Avante camaradas
Da Polícia Militar
Ergamos nossas vozes
Em uníssono sem par

Orgulhosos e vigilantes
Lutemos noite e dia
Trocando se preciso nossas vidas
Por um Sergipe de paz e harmonia

História da Polícia Militar de Sergipe: Conclusão

A história da Polícia Militar de Sergipe é um testemunho de dedicação, evolução e compromisso com a segurança pública.

Ao longo das décadas, a PMSE se consolidou como uma instituição vital para a manutenção da ordem e proteção da sociedade sergipana.

Desde seus primeiros passos, a corporação enfrentou inúmeros desafios, adaptando-se às mudanças e demandas da sociedade, sempre com o objetivo de servir com eficiência e integridade.

A trajetória da PMSE reflete não apenas sua capacidade de adaptação e crescimento, mas também seu papel fundamental na construção de um Sergipe mais seguro.

O constante aperfeiçoamento de seus membros e a incorporação de novas tecnologias e métodos de trabalho demonstram que a corporação está preparada para enfrentar os desafios do presente e do futuro.

Assim, a história da Polícia Militar de Sergipe permanece como um exemplo de dedicação ao serviço público e de compromisso com a paz e a justiça no Estado.