A trajetória das mulheres nas Forças Armadas ganhou um marco significativo na última segunda-feira (11), quando 45 militares se tornaram as primeiras Marinheiras de carreira da Marinha do Brasil (MB). Após um ano de treinamento intenso, as novas profissionais concluíram com sucesso o Curso de Formação de Marinheiros (C-FMN) na Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina (EAMSC).
Uma conquista notável dessa turma mista de 133 alunos foi a ascensão de Larissa Pacheco, que não apenas se destacou como a aluna de melhor desempenho, mas também assegurou o primeiro lugar na inédita formação. Larissa agora se prepara para iniciar uma nova fase de sua carreira, embarcando no Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico”, o maior da Esquadra brasileira.
Em entrevista, Larissa compartilhou sua empolgação com a próxima etapa: “Estar a bordo de um navio é uma experiência única! Pretendo colocar em prática tudo o que aprendi, além de aprender coisas novas e conhecer novos lugares. A expectativa é de somar conhecimento”.
A formação militar naval, que teve início em 30 de janeiro, abrangeu disciplinas teóricas e práticas, preparando as Marinheiras para diversas funções, como agente de trânsito, ronda, rancheiro, sentinela dos postos de vigilância, plantões de alojamentos e auxiliares. Além das atividades tradicionais, as novas profissionais participaram de formaturas, cerimônias e exercícios de ordem unida, demonstrando sua capacidade de promover organização e disciplina.
Apesar das críticas iniciais e dúvidas sobre a capacidade das mulheres, Larissa, com seus 1,54 metros de altura, e suas colegas provaram que tamanho não é documento. O Comandante do Corpo de Alunos da EAMSC, Capitão-Tenente Luiz Antonio Fiorani de Araujo, enfatizou que não houve diferenciação entre homens e mulheres durante a formação, destacando a igualdade e o companheirismo como valores fundamentais.
Larissa, agora a 01 da turma, reconhece o desafio enfrentado nos últimos meses: “Foi, sem dúvidas, um ano desafiador. Estar longe da família, passar pela transição de civil para militar e encarar o curso de formação não é uma missão fácil, mas conseguimos com êxito. A sensação é de dever cumprido, e poder abrir essa porta para outras mulheres que virão traz um significado ainda maior a essa conquista”.
Apesar de sua jovem idade, Larissa Pacheco entende a representatividade que carrega: “Ser referência para alguém requer muita responsabilidade, mas abrir esse caminho para as futuras Marinheiras e quebrar as barreiras que antes existiam é o que dá sentido a todo esse trabalho. Então, me sinto grata e feliz por fazer parte desse marco histórico da Marinha do Brasil”.
Fonte: Agência Marinha de Notícias