Scuderie Detetive Le Cocq foi uma organização extra-oficial criada por policiais no Rio de Janeiro em 1965 e que atuou principalmente nas décadas de 1960, 1970 e 1980, sendo extinta por decisão judicial no início dos anos 2000. O nome da organização foi uma homenagem a Milton Le Cocq d’Oliveira, um famoso detetive de polícia que foi morto em serviço em 1931, enquanto integrava a guarda pessoal do então presidente Getúlio Vargas.
A Scuderie Le Cocq tinha como objetivo combater o crime organizado e o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, mas também ficou conhecida como um grupo de extermínio. Um dos lemas do grupo era “bandido bom é bandido morto”. A organização contava com o apoio de advogados, juízes, políticos, promotores, empresários e comerciantes que financiavam suas operações ou lhes davam cobertura jurídica.
A Scuderie Le Cocq se expandiu para outros estados do Brasil, como o Espírito Santo, onde foi oficialmente fundada em 1984. No entanto, a organização também enfrentou resistência e denúncias de violações dos direitos humanos por parte de organizações civis e da imprensa. Em 1993, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) apontou a Scuderie Le Cocq como um dos principais grupos responsáveis por assassinatos na cidade. Em 2003, a Justiça Federal determinou a extinção da organização por considerá-la ilegal e contrária ao interesse público.
A Scuderie Le Cocq foi uma organização policial que marcou a história do Brasil com suas ações violentas e questionáveis. Apesar de ter sido extinta há quase duas décadas, ainda há membros ou simpatizantes da organização que ocupam cargos públicos ou influenciam a política nacional.